A música me alcançou enquanto
meus pés afundavam na areia gelada da praia deserta. O vento
forte fustigando meu corpo. A chuva molhando meu rosto.
A suavidade da voz de Tarja Turunen cantando Vorterix me guiou ate a
cabana escondida no meio da vegetação. A porta
aberta deixava ver teu corpo recortado pela luz, era "VOCÊ".
Olhei teu rosto, os olhos iluminados pela chama das velas espalhadas
pela sala, a calça jeans
apertada me fazendo imaginar os músculos
perfeitos das pernas, a camisa branca de linho aberta mostrando pequenos
detalhes do peito.
Você abriu os braços em um
convite mudo e eu me atirei de encontro ao teu corpo que me recebeu com
familiaridade como se aquele sempre tivesse sido o meu lugar.
Me embriaguei com o cheiro almiscarado da tua pele, me deleitei com a
suavidade do teu toque, me encantei com a delicadeza que fui recebida.
Tua boca sugou a minha boca saciando o desejo tanto tempo represado,
encontrou o lóbulo da minha
orelha e desceu pelo pescoço deixando o
caminho percorrido em fogo vivo. A mão vagarosamente
subiu pelo meu dorso alcançando o vale
entre meus seios.
Delicadamente desfez o laço do vestido e
liberou o mamilo intumescido pela necessidade de satisfação, os dedos brincaram com a pele de seda pura e
enquanto a boca descia em direção a eles te
ouvi sussurrar "te quero, agora".
Fui alçada pelos teus
braços e levada até a cama de dossel
alto e lençóis brancos. Colada ao teu corpo senti a intumescência da tua masculinidade, minha flor pronta pra ti,
meu corpo se tremeu com o impacto do prazer em te receber.
"Vê meu amor,
somos uno, nossas almas se uniram no tempo e espaço e agora nossos corpos confirmam nossa união".
Fui transportada, saciada, cada célula do meu
corpo se entregou ao teu. Dancei na cadência do nosso prazer
e me derramei gritando o teu nome.
Minha alma deixou o corpo enquanto a urgência te arrancava gritos de prazer. Como náufrago agarrado um ao outro deixamos a tensão ser liberada. Com os olhos fechados roubei a frase
do poema e murmurei ao teu ouvido "sou tua, sou tão desesperadamente tua que não me pertenço mais".
Pra você.
Macapá, 11 de julho
de 2014.
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